Ambiente no Mundo

ESTRAGO DA NAÇÃO

quarta-feira, 27 de junho de 2007

O estado do Mundo

Durante milénios, os seres humanos eram apenas mais uma espécie no Planeta Terra. A partir da Revolução Industrial, iniciada no século XVIII, a evolução tecnológica permitiu ao Homem auspiciar a se tornar independente dos caprichos e limitações da Natureza. As produções agrícolas puderam ser controladas e, mais tarde, manipuladas para benefício de uma população crescente. Pôde-se aumentar os níveis de conforto e qualidade com o aparecimento de uma míriade de máquinas e instrumentos que permitiram uma multiplicação de bens e produtos de consumo. Os avanços médicos conseguiram aumentar a longevidade e trazer maior qualidade e conforto à vida das pessoas. Enfim, o Homem chegava a um nível onde supostamente dominava e usava a seu bel-prazer a própria Terra.

Mas este duro caminho foi traçado com um rol de vítimas. E o Planeta Terra, em tudo aquilo que respresenta, terá sido a maior. Nos últimos 30 anos, quando o alerta já tinha sido dado em várias situações, a degradação ambiental não parou de se agravar, apesar das convenções e acordos internacionais que foram sendo assinados e das subsequentes promessas. O último relatório do World Wildlife Fund (WWF) demonstra mesmo que foi a partir dos anos 70 que a pressão humana se intensificou para níveis perigosos. De acordo com o WWF, a “pegada ecológica” do Homem – medida pelo uso humano dos recursos renováveis – cresceu 80% entre 1961 e 1999, situando-se 20% acima da capacidade total de produtividade biológica da Terra. Para que houvesse um equilíbrio, para satisfazer as suas necessidades, cada ser humano não deveria usar mais do que os recursos naturais equivalentes à produtividade de 1,9 hectares de solo. Contudo, o valor médio actual de exploração dos recursos naturais é já de 2,3 hectares per capita, sendo que nos países mais industrializados ainda é muito mais elevado. Com efeito, segundo a WWF existem cerca de três dezenas de países que ultrapassam os 4 hectares per capita, destacando-se, por este ordem, os habitantes dos Emirados Arabes Unidos, Estados Unidos, Canadá, Nova Zelândia, Finlândia, Noruega, Kuwait, Austrália, Suécia, Bélgia, Luxemburgo e Dinamarca. O nosso país aparece na 24º posição, com cerca de 4,5 hectares per capita. Este aumento da pressão humana tem tido efeitos extremamente negativos ao nível da biodiversidade. A WWF aponta para decréscimos em índices biológicos nas florestas, água doce e mares da ordem dos 15%, 54% e 35%, respectivamente, entre 1970 e a actualidade.

Contudo, a acrescentar a estes problemas, as actividades humanas têm provocado efeitos ambientais nefastos a nível mundial. Além dos problemas locais de poluição, a Terra viu-se contaminada pelo DDT e pelas emissões de enxofre causadoras das chuvas ácidas; a camada de ozono estratosférico começou a reduzir-se para níveis preocupantes sobretudo no Pólo Sul, os acidentes com petroleiros e em fábricas e centrais nucleares tornaram-se uma ameaça latente para as actividades humanas. E, mais importante ainda, a crescente queima de combustíveis fósseis tem estado a alterar o clima, provocando um aquecimento global com efeitos negativos em todo o Planeta, quer ao nível da biodiversidade, quer do próprio Homem.

As Nações Unidas já não têm dúvida sobre um aspecto: a degradação ambiental é o factor mais importante para a deterioração da saúde humana e para a redução da qualidade de vida das populações. A falta de qualidade ambiental é, hoje, diractamente responsável por 25% das doenças evitáveis, destacando-se as diarreias e as doenças respiratórias. Globalmente, 7% de todas as mortes e doenças são devidas a problemas de qualidade da água, saneamento e higiene, enquanto que 5% são causadas por má qualidade do ar.


Alertas - Um Mundo vulnerável

África

Existe um número crescente de países com carências crónicas de água e saneamento básico, além de se estar a verificar uma acentuada degradação dos solos. A expansão da agricultura para solos marginais, devido ao aumento populacional e à perda de produtividade, é um dos factores principais para a desertificação. Do ponto de vista da biodiversidade, o continente africano mantém ainda uma situação bastante boa, sendo aliás a exploração turística uma das emergentes fontes de receitas de muitos países.

Ásia e Pacífico

Sobrepopulação e pobreza são os principais problemas de partes significativas desta região mundial. Os níveis de poluição atmosférica em muitas cidades asiáticas são dos mais elevados a nível mundial.A concentração populacional, a industrialização e o turismo são também factores de forte degradação das zonas costeiras. Mais de 60% dos mangais asiáticos foram convertidos em aquaculturas. A conservação da natureza, ou ausência desta, é também um grave problema: apesar de três em cada quatro espécies em vias de extinção ocorrerem neste continente, apenas 5% do seu território é protegido; uma situação ainda mais grave por ser o tráfico de espécies uma actividade bastante frequente neste continente.


Europa

Depois de décadas de devastação ambiental, a Europa apresenta evoluções díspares em diferentes sectores. Se, por um lado, a qualidade atmosférica tem vindo a melhorar na generalidade dos países, a degradação dos rios e zonas costeiras e marítimas tem-se acentuado, sobretudo nas regiões mediterrânicas. Os países da Europa Central e do Leste têm, todavia, ainda graves problemas ambientais a todos os níveis. Nos anos 90 registou-se também um incremento na criação de áreas protegidas e de normas ambientais, sobretudo dentro dos países que já integram a União Europeia.


América Latina

A degradação ambiental neste continente agravou-se nos últimos anos em vários sectores. Mais de 300 milhões de hectares de floresta foram destruídos e cerca de 30% dos recifes das Caraíbas estão em risco. A concentração de 75% da população desta região nas zonas urbanas provoca efeitos negativos ao nível do ordenamento, poluição, saneamento básico e condições de saúde. O aumento da frequência e intensidade dos desastres naturais, possivelmente associados às alterações climáticas, é outro grave flagelo deste continente que afecta sobretudo as populações mais pobres.


Médio Oriente

A conservação e protecção de água doce é um dos problemas mais prioritários desta região, sobretudo da Península Arábica. A degradação dos solos agrícolas e a segurança alimentar são também aspectos importantes neste continente. Devido à concentração de poços petrolíferos e de tráfego marítimo, os mares deste continente estão também sempre em risco de acidentes que provoquem marés negras. Por outro lado, este região produz também elevadas quantidades de resíduos perigosos, associados à actividade petrolífera. A degradação da qualidade do ar é também um aspecto preocupante, sobretudo junto das centrais eléctricas, estações de dessalinização e instalações industriais.


América do Norte

Este continente é o maior consumidor do Mundo e o maior produtor de resíduos, significando que a pressão ambiental transcende as suas fronteiras. Apesar de tudo, nos anos 90 surgiram leis mais restritivas de combate à poluição atmosférica e hídrica, aumentando também as áreas protegidas. Vários acordos entre os Estados Unidos e o Canadá em matéria ambiental trouxeram sinergias, sobretudo na protecção dos recursos hídricos e biológicos. A liberalização das trocas comerciais a nível mundial provocou, contudo, a introdução de um elevado número de espécies exóticas com efeitos na biodiversidade.


Regiões polares

Os maiores problemas ambientais das regiões polares são a deplecção da camada estratosférica de ozono, a poluição atmosférica de longo curso, o aquecimento global associado às alterações climáticas, a poluição de alguns rios e o declíneo populacional de algumas espécies de aves, mamíferos e peixes. Na Antártida, a caça à baleia tem provocado uma redução dos seus efectivos. No Pólo Norte, a eutrofização é um problema emergente, sobretudo em lagos da Escandinávia. Existem, além disto, pressões para a exploração de petróleo, bem como para a construção de barragens; pretensões que, por agora, ainda não foram satisfeitas.

5 Comentários:

  • O Grupo de Acção e Intervenção Ambiental (GAIA) e a Associação de Estudantes do Instituto Superior de Agronomia convidam a participar no debate

    OGM: O debate em falta - Riscos e (in)certezas da engenharia genética na agricultura

    30 de Outubro, 14h00 – Sala de Actos do Instituto Superior de Agronomia | ENTRADA LIVRE

    As posições dos vários actores no debate dos organismos transgénicos estão divididas. Enquanto que uma parte está seriamente convicta de que a aplicação da engenharia genética na agricultura é o caminho a seguir na agricultura global, a outra parte acredita que a utilização de OGM* é semelhante à abertura da caixa de Pandora, contendo toda uma série de riscos e ameaças para o ambiente, saúde humana e sociedade em geral. Muitas questões pairam no ar: De que riscos se tratam? O que sabemos destes? E o que não sabemos?

    Apesar de estas questões serem por si só suficientemente difíceis de responder, outra série de questões apresenta-se como fulcral: Quem são exactamente os actores no debate? E, por outro lado, como decidimos como cidadãos se consideramos os riscos aceitáveis em comparação com os benefícios que se proclamam?

    Há muito em jogo. De todas as formas, o debate está aberto.

    Por Blogger Afonso David, Às 28 de outubro de 2007 às 09:42  

  • Excelente!

    Por Blogger Gerson, Às 22 de abril de 2010 às 00:30  

  • Olá amigos, vem aí a 2ª Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB). As inscrições acontecem de 1 de junho a 6 de agosto.
    Se puder, nos ajude a Divulgar! =D
    A Olimpíada, composta por cinco fases online e uma presencial, é destinada a estudantes do 8º e 9º anos do ensino fundamental e demais séries do ensino médio, de escolas públicas e privadas de todo o Brasil.
    Para orientar a equipe, formada por três estudantes, é obrigatória a participação de um professor de história.
    A Olimpíada começa no dia 19 de agosto, dia nacional do historiador, data que celebra o nascimento e o centenário da morte do jornalista e historiador Joaquim Nabuco.
    A iniciativa é do Museu Exploratório de Ciências da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Em 2009, a ONHB inscreveu mais de 15 mil participantes e reuniu cerca de 2 mil pessoas na final presencial.
    Mais informações acesse o site “www.mc.unicamp.br”

    Por Blogger Unknown, Às 6 de junho de 2010 às 14:43  

  • Bom Dia. Gostei de visitar o seu blog. Muito interessante. Gostaria de lhe apresentar o meu, e já agora a todos os que lerem esta mensagem. Um novo blog de opinião. Abraço e sigam-no

    http://quadratura-do-circulo.blogspot.com/

    Por Blogger Pratos de Ouro, Às 1 de julho de 2010 às 01:42  

  • Prezados,
    Até 9 de agosto de 2013, estudantes regularmente matriculados no 8º e 9º anos do ensino fundamental e demais séries do ensino médio, de escolas públicas e privadas de todo o Brasil, poderão se inscrever na 5ª Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB), uma iniciativa da Universidade Estadual de campinas (UNICAMP). Alunos do Ensino de Jovens e Adultos (EJA) também poderão participar. A primeira fase iniciará em 19 de agosto, Dia do Historiador. Acessem: www.olimpiadadehistoria.com.br

    Por Blogger Olimpiada Nacional em História do Brasil, Às 13 de junho de 2013 às 18:42  

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